pesquisa

Fóssil de Agudo pode estar na base evolutiva dos dinossauros

18.398

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: divulgação
Sacisaurus agudoensis

Um estudo feito na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) mostra que o Sacisaurus agudoensis, animal descoberto em Agudo, no ano 2000, pode fazer parte da linhagem mais antiga dos ornitísquios, grupo de dinossauros com cifres e armaduras. A pesquisa foi publicada no periódico britânico Biology Letters na última terça-feira.

Segundo o paleontólogo Rodrigo Temp Müller, a árvore evolutiva dos dinossauros é dividida em dois grupos: Saurischia e Ornithischia. Os saurísquios são bastante conhecidos, a exemplo do tiranossauro e do velociraptor. Por outro lado, pouco se sabe sobre ornitísquios e a vida deles no Período Tríassico, entre 252 e 201 milhões de anos atrás.

O estudo de Müller, ao lado do aluno do curso de Ciências Biológicas Maurício Silva Garcia, é pioneiro. Até então, não se sabia como eram as formas mais primitivas dos ornitísquios.

- De certa forma, nós traduzimos a anatomia do esqueleto de vários fósseis para uma matriz. É como se tivéssemos criado um código de barras para cada um e, assim, foi possível compará-los. Processamos essa matriz em um programa especializado que cria as árvores evolutivas. Ele aproxima aqueles que teriam o código de barras mais similar - explica Müller.

Devido à pandemia, o trabalho foi executado à distância, com cada pesquisador atuando da sua residência.

Surto de dengue e zika é considerado controlado em Santa Maria

CARACTERÍSTICAS

E onde entra Agudo nessa história? De acordo com a pesquisa, animais que podem ser considerados como "parentes próximos" desses dinossauros são os silessaurídeos, entre os quais está o Sacisaurus agudoensis, o único fóssil da espécie escavado, até agora, no Brasil.

- Os ornitísquios são caracterizados por possuírem o púbis, o osso da bacia, direcionado para trás e também por apresentarem um bico. Os silessaurídeos ainda não tinham o púbis para trás, mas eles possuíam uma projeção no osso da mandíbula que forma um tipo de bico, que lembra as características típicas dos ornitísquios - acrescenta Müller.

Os pesquisadores reconhecem que ainda é cedo para a questão da origem dos ornitísquios estar solucionada. Agora, a hipótese será testada cientificamente à medida que novos esqueletos forem descobertos. Ainda assim, a análise feita na UFSM tem contribuições importantes para a paleontologia mundial. Outra delas é que os ancestrais desses dinossauros seriam carnívoros. Antes da publicação, eles estavam relacionados apenas a uma dieta herbívora.

*Colaborou Rafael Favero

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Pesquisa do Cpers aponta que maioria da comunidade escolar é contra o retorno das aulas

Professora da UFSM lança livro em parceria com a UFRGS nesta segunda Próximo

Professora da UFSM lança livro em parceria com a UFRGS nesta segunda

Educação